Aprenda como distinguir os vinhos pelos seus diferentes estilos e características
Vinhos Brancos? Vinhos Tintos? Vinhos Rosés? Espumantes? Vinhos de Sobremesa? Vinhos de colheita tardia?
O que diferencia os vinhos entre si?
A cor, o aroma, o gosto?
Sim, existem muitas diferenças que traduzem quem é quem no mundo dos vinhos. Ou seja, se você costuma distinguir apenas entre tintos, brancos, espumantes, rosés e doces, prepara-se para conhecer um mundo muito mais complexo e,sobretudo mais encantador.
Conheça todos os estilos e descubra qual vinho o seu paladar prefere!
BRANCOS
Os vinhos brancos são divididos em três grandes grupos: leves, de corpo médio e os encorpados.
Leves
Os brancos leves chamam a atenção pela acidez, aromas de frutas cítricas e baixo teor alcoólico. São refrescantes e ótimos para serem degustados como aperitivo ou acompanhar pratos frios, saladas e frutos do mar. Esses vinhos agradam mesmo àqueles não estão acostumados a beber.
Exemplos: Vinho Verde, de Portugal; Muscadet e Chenin Blanc, do Loire, França; Riesling seco, da Alemanha; Pinot Grigio, Soave e Verdicchio, da Itália; e Moscatel, do Brasil.
Corpo médio
Os brancos de corpo médio podem passar por um contato rápido com o carvalho o que contribui para a maior complexidade aromática e a estrutura de forma geral. Nesta categoria temos maior diversidade de vinhos.
Exemplos: Sauvignon Blanc (da França, Chile, Nova Zelândia e África do Sul); Chardonnays com pouca ou nenhuma madeira (incluindo os Borgonhas simples); Riesling, da Austrália e da Alsácia (França), e Albariño e Verdejo, da Espanha.
Encorpados
Os brancos encorpados costumam ser vinhos mais complexos, com presença de carvalho e boa untuosidade (aspecto amanteigado). São vinhos que merecem ser degustados com maior atenção. Acompanham bem peixes e frutos do mar mais carnudos e preparações mais substanciosas. Também acompanham muito bem receitas com molhos brancos.
Exemplos: Hermitage branco; Borgonhas Cru Classés ; principais brancos de Bordeaux; Chardonnays (que estagiaram algum tempo em barrica de carvalho) dos Estados Unidos, Austrália, África do Sul e Espanha; Rioja branco, da Espanha.
ROSÉS
Nos rosés distinguimos mais facilmente dois grupos: os leves e os encorpados. Nos dois casos estamos falando de vinhos secos e sem açúcar residual evidente.
Leves
Os rosés leves podem ser tratados como vinho branco, sendo que devem ser resfriados antes de servir. Possuem coloração bastante leve, que varia daquela cor da casca da cebola até salmão. São vinhos refrescantes e versáteis, que podem ser degustados sozinhos ou acompanhando variedades de pratos de verão.
Exemplos: os rosés da Provença e do Vale do Rhône.
Encorpados
Os rosés mais encorpados apresentam cores mais intensas, maior peso e teor alcoólico. Estes vinhos combinam com carnes brancas, vegetais grelhados ou cozidos e ervas aromáticas.
Exemplos: rosés do Novo Mundo (vinhos produzidos fora da Europa) e em algumas regiões da Espanha e Portugal.
TINTOS
Podemos distinguir os estilos dos tintos tal qual fazemos com os brancos: leves, de corpo médio e encorpados.
Leves
Os vinhos tintos leves costumam possuir aromas frutados bem evidentes. O carvalho, se existir, ficará num segundo plano. A acidez costuma ser mais pronunciada, enquanto os taninos são bem discretos. São versáteis à mesa, harmonizam bem com frios, queijos e carnes leves. Um bom exemplo de carne é a vitela.
Exemplos: Beaujolais; Borgonhas e vinhos mais simples feitos à base da uva Pinot Noir; tintos do Loire, como Chinon e Bourgueil; Côtes Du Rhône; e, de Portugal, alguns tintos produzidos com a casta Castelão.
Corpo médio
Os tintos de corpo médio também apresentam muitas opções. Apesar da estrutura semelhante, cada vinho traz características aromáticas próprias. Muitos passam pelo carvalho por um curto período de tempo, que, além dos aromas, também entrega taninos aos vinhos. Por não serem muito robustos, esses vinhos harmonizam com diversos pratos, principalmente carnes vermelhas, cogumelos e massas com molhos vermelhos.
Exemplos: Bordeaux simples; grande parte dos vinhos do Novo Mundo que utilizam corte bordalês (à base de Cabernet Sauvignon e Merlot), incluindo os brasileiros; Borgonhas com denominações comunais (os vinhos mais simples desta região);e Rioja e Somontano da Espanha.
Encorpados
Nesta categoria encontramos vinhos com boa quantidade de madeira, grande potencial de envelhecimento e taninos mais presentes e aveludados. São vinhos que harmonizam com pratos mais substanciosos, ricos em proteínas e gorduras. Muitos dos grandes vinhos do mundo encontram-se nessa categoria.
Exemplos: Bordeaux Cru Classé, Châteauneuf-du-Pape, Hermitage, Cahors e Madiran, todos da França; os italianos Brunello di Montalcino, Barolo, Barbaresco, alguns Supertoscanos e Amarone della Valpolicella; Ribera del Duero, Toro e Priorato da Espanha; Cabernet Sauvignon,Zinfandel e Merlot norteamericanos; Shiraz da Austrália e Malbec argentino.
ESPUMANTE
A melhor forma de segmentarmos os diferentes tipos de espumantes é de acordo com o tipo de fermentação.
Asti
A primeira forma é popularmente conhecida como Asti. O gás existente nestes vinhos é resultado direto da fermentação das uvas. São vinhos simples, frescos e aromáticos.
Exemplos: Muitos espumantes de Moscatel e, obviamente, os Asti italianos
Charmat
Neste processo, diferentemente do método anterior, o produto base é o vinho já fermentado. O vinho é colocado em tanques de fermentação (que suportam pressão), e adiciona-se uma solução com leveduras e nutrientes, o chamado licor de tiragem, e processa-se uma nova fermentação. O resultado é um espumante mais complexo e com mais estrutura em relação à categoria anterior.
Exemplos: Proseccos italianos, Sekts alemães e muitos espumantes do Brasil.
Champenoise
É o método usado para se produzir o champanhe. Aliás, só é champanhe o espumante produzido por este método dentro da região francesa demarcada de Champagne. Em seu início, o método tradicional (como também é conhecido) é idêntico ao Charmat, ou seja, a base é um vinho já fermentado. A principal diferença ocorre na segunda fermentação. Se no Charmat ela se dá em tanques de fermentação, no tradicional ela ocorre na própria garrafa. Adiciona-se licor de tiragem em cada garrafa para se promover a segunda fermentação, em que o gás será retido. É um processo mais cuidadoso e demorado, que proporciona maior riqueza aromática e de estrutura, além de perlage (nome das borbulhas de gás carbônico que se formam) mais integrada e delicada.
Exemplos: Além dos champanhes, Cava (Espanha), Franciacorta (Itália), alguns bons espumantes do Douro (Portugal) e do Brasil também empregam este método.
SOBREMESA
Quando falamos de vinhos de sobremesa, encontramos uma grande variedade de estilos, muito distintos uns dos outros.
Colheita tardia
Late harvest (em inglês), são vinhos produzidos a partir de uvas ligeiramente passadas, muito ricas em açúcares. Eles são fermentados parcialmente, sem que todo o açúcar se transforme em álcool, sendo assim a doçura ainda se mostra presente, sempre de maneira equilibrada com a acidez. Importante dizer que, a acidez deve estar muito bem equilibrada, caso contrário, o vinho se mostrará enjoativo e pesado, semelhante a um licor. Rótulos desta categoria, especialmente do Novo Mundo, trazem escritos nos rótulos o termo “Colheita tardia” (“Late Harvest”, no Novo Mundo, Spätlese e Auslese, nos vinhos da Alemanha, e Vendange Tardive, nos da Alsácia.)
Botrytizados
Também são vinhos produzidos a partir de uvas ligeiramente maduras que, em virtude das condições climáticas especiais (como manhãs úmidas com tardes secas e quentes), desenvolvem um fungo nos cachos de uvas (que atualmente também pode ser inoculado nos vinhedos). O fungo chama-se Botrytis e faz com que os açúcares e o glicerol fiquem concentrados nas uvas, mantendo a acidez e desenvolvendo aromas únicos. Rótulos do Novo Mundo normalmente identificam Botrytis ou Botrytized no rótulo.
Exemplos: Sauternes, Beerenauslese e Trockenbeerenauslese alemães e austríacos; Bonnezeaux e Quartz de Chaume do Loire e Sélection de Grain Nobles da Alsácia.
Fortificados
Vinhos fortificados são aqueles cuja fermentação foi interrompida antes de seu término pela adição de aguardente vínica. Como o teor alcoólico aumenta, as leveduras param de agir, deixando doçura no vinho.
Exemplos: Vinho do Porto, Vinho Madeira e Jerez.
Passificados
São denominados vinhos passificados aqueles produzidos a partir de uvas maduras que, após colhidas, foram colocadas para secar para concentrar seus açúcares. Este método é utilizado especialmente em vinhos italianos conhecidos como Passito.
Exemplos: Amarone de Valpolicella e vin de Paille, na França.